“Ainda estamos no aeroporto de Leticia, dentro do avião que já deveria ter levantado vôo.
Pensávamos que íamos ter só uma noite em Leticia, mas afinal tivemos duas. Ontem aconteceu-nos algo que nunca antes tinha acontecido! Talvez seja sinal de que já estamos de férias há tempo demais… Fizemos check-out do nosso alojamento e, de malas às costas, fomos até ao aeroporto a pé (era só cerca de 1km). Chegados ao aeroporto não havia ninguém para fazer o check-in no balcão da LATAM, nem no ponto de vendas da mesma empresa. Algo soava errado.
Abri o bilhete eletrónico e vi que era para o dia 24 de Julho e não 23! Não sei como isto aconteceu, mas foi uma situação tão caricata que até deu vontade de rir! Pelo menos estávamos um dia antes e não um dia depois!
Ah, e como a net no alojamento onde tínhamos ficado era tão má, não tínhamos conseguido marcar nem o alojamento nem o vôo Bogotá – Medellín (que seria para hoje!). Portanto, até tivemos muita sorte!
Voltámos para trás e acabámos por ficar mais uma noite no mesmo quarto. Planeámos ir dar uma volta à tarde, mas estávamos os dois com gripe e febre, de modo que ficámos no quarto a descansar. Se soubessemos que o vôo era só hoje, provavelmente teríamos marcado um tour na selva amazónica, mas pronto, como estávamos doentes até não calhou mal!”
No meu diário, dia 24 de Julho de 2019
Bem, depois desta pequena peripécia, conseguimos chegar a Bogotá ao final do dia, onde conseguimos marcar uma noite no melhor hotel onde ficámos na América do Sul, por apenas 20€!
A capital da Colômbia surpreendeu-nos bastante, pela positiva! É uma capital moderna, viva, dinâmica, que mantém um centro histórico bem preservado. É uma cidade bastante desenvolvida, limpa, com bastantes atividades culturais, muitos museus, igrejas e monomentos. Não fizemos a free walking tour como gostaríamos de ter feito (afinal de contas estivemos menos de 24h na cidade!), mas o pouco tempo que estivemos no centro deu para perceber o seu espírito.
No dia seguinte à chegada a Bogotá, levantámos vôo novamente, desta vez para Medellín, a última paragem de toda a nossa viagem. Nem queria acreditar que estava a chegar ao fim…
Medellín foi outra agradável surpresa. A “capital da droga” da Colômbia não tem nenhum ar assustador. Muito pelo contrário, tem um ar convidativo e as pessoas têm um ar genuinamente simpático. Fizemos uma free walking tour que foi fantástica. O nosso guia, um jovem super entusiasmante que já tinha estado emigrado na Europa, contou-nos a história desta cidade, que tem tanto de trágico quanto de resistente.
Medellín é uma cidade que se tem tentado recompor, aos poucos, dos terríveis tempos onde reinavam os cartéis da droga, e onde Pablo Escobar era o rei. Claro que o problema das drogas na Colômbia é ainda muito sério, e há muita gente a ser explorada e a morrer por causa disso. É triste. Mas o nosso guia também nos deixou uma mensagem acerca da capacidade do povo colombiano, e em particular das pessoas de Meddlín para se agarrarem à vida, e para continuarem a tirar prazer das pequenas coisas. Ele fez uma analogia com alguém que se está a afundar num lodo, e que quando já está quase sem hipóteses de se salvar, agarra-se com todas as suas forças a um pequeno ramo que entretanto viu, e consegue puxar-se!
Aproveitámos ainda para ir a Guatapé, a uma breve viagem de distância de Medellín, famosa pelas suas casas coloridas, e pela “Piedra del Penol”, na qual subimos os seus 720 degraus para chegar ao topo, e ficarmos deslumbrados com as vistas incríveis!
Margarida